Fim dos carros a combustão? O que muda a partir de 2035

fim da venda dos carros a combustão em 2035

O fim dos carros a combustão parece ser uma realidade cada vez mais próxima. Se a proposta do euro 7 já anunciava mudanças na indústria, na semana passada, o Parlamento Europeu aprovou uma medida que visa proibir a venda de novos automóveis que produzam emissões de CO2 a partir de 2035. Porém, a proibição da venda não implica que os automóveis a combustão não possam continuar a circular nas estradas europeias. Descubra o que mudou.

O fim dos carros a combustão para o cumprimento das metas ambientais

A transição para energias limpas é fundamental para que as metas da União Europeia sejam cumpridas. Falamos da redução das emissões de CO2 em cerca de 40 a 55% até 2035, como forma de atingir a neutralidade climática em 2050.

Para garantir o cumprimento destes objetivos tão ambiciosos, a União Europeia desenvolveu um pacote de medidas específico: o Fit for 55. Para além da revisão de várias leis, este pacote contempla ainda novas propostas relacionadas com o clima e com a energia limpa.

Sendo a indústria automóvel e dos transportes o único setor onde as emissões de gases de efeito de estufa continuam superiores às de 1990 (aumento de mais de 25%), houve uma necessidade de concentrar mais esforços nesta vertente.

É que, neste momento, os automóveis de passageiros e veículos ligeiros comerciais são responsáveis por 15% do total de emissões de CO2 na União Europeia.

O que muda, então, a partir de 2035?

Para combater esta tendência, a partir de 2035, todos os automóveis novos que entrarem no mercado não devem emitir gases CO2. Mas atenção porque esta medida aplica-se apenas a novos carros matriculados. Isto significa que, se comprar um carro novo a diesel ou a gasolina em 2034, vai poder continuar a conduzi-lo a partir de 2035. Por isso não, não falamos ainda do fim dos carros a combustão.

Esta medida também prevê uma exceção. Se os carros novos a combustão circularem exclusivamente com combustíveis neutros em carbono (por exemplo, combustíveis sintéticos), o registo e a comercialização podem ser feitos.

A médio prazo, espera-se que, em 2030, os carros emitam menos 55% de gases poluentes, e os veículos ligeiros comerciais menos 50%.

O que vai acontecer aos carros de combustão?

As novas regras não vão afetar os automóveis já existentes. Por isso, vai continuar a poder conduzir um carro a diesel ou a gasolina, ou até mesmo comprar um veículo usado de combustão tradicional.

Porém, é expectável que os custos de manter um carro deste tipo aumentem gradualmente. Isto vai passar por um inevitável aumento do preço dos combustíveis, mas também pelo aumento do custo da manutenção automóvel, dos impostos e até do seguro automóvel. Com isto, pode ser boa ideia começar já a pensar em adquirir um veículo elétrico.

Que tipo de novos automóveis “zero emissões” vão poder ser registados?

A grande tendência é, sem dúvida, a aposta nos carros eletrificados, uma vez que as baterias têm um custo global mais baixo.

Também existem outras opções como, por exemplo, veículos movidos a hidrogénio verde ou a combustíveis sintéticos. Contudo, estas fontes de energia são mais caras e trazem desafios adicionais à indústria (nomeadamente no que toca ao transporte e ao armazenamento).

Qual vai ser o impacto social do fim de carros a combustão?

Neste momento, os carros elétricos e híbridos ainda são inacessíveis para muitas pessoas. Mas o Parlamento Europeu referiu que a componente social e económica não estava esquecida. A transição para o objetivo da mobilidade “zero emissões” terá de ser “economicamente viável e socialmente justa”.

As novas regras vão fomentar a competição justa no setor automóvel, e encorajar os fabricantes a investirem mais na pesquisa e na inovação, para que o preço final seja mais competitivo para os consumidores.

A infraestrutura para automóveis “zero emissões” vai ser suficiente?

Esta é outra questão que preocupa muitas pessoas, especialmente aquelas que não vivem em grandes cidades. O fim dos carros a combustão vai exigir, naturalmente, um reforço da infraestrutura existente. Falamos da melhoria da rede pública de postos de carregamento, e da própria tecnologia automóvel que vai permitir que os carros elétricos tenham mais autonomia.

Se conduzir um veículo elétrico já estava nos seus planos, este é só mais um motivo pelo qual deve acelerar a transição! Não deixe de conhecer a oferta disponível na Caetano Retail.